Veja aqui e assine o manifesto em prol das pacientes com câncer de mama avançado
no SUS!
Câncer de mama é aquela doença que chama a nossa atenção em outubro, quando
tudo fica cor de rosa e falamos de diagnóstico precoce, que inclui o autoexame e a
realização de mamografias, de prevenção e da conscientização da doença. O Outubro
Rosa e os temas propostos por esta data são muito importantes, mas frequentemente
acabamos por esquecer de falar para as mulheres que já vivem com o tumor, nos mais
diferentes estágios, todos os outros meses do ano. Em especial, nos casos mais
avançados, a doença acaba não sendo priorizada, mesmo que já não mais represente
uma sentença de morte, por conta dos avanços nos tratamentos.
E não faltam números para chamar nossa atenção.
O Câncer de mama é o câncer mais comumente diagnosticado na mulher, ao redor do
mundo, sendo 1 de cada 4 novos casos de câncer na população. Em 2018, mais de 2
milhões de novos casos de Câncer de mama foram estimados globalmente.
No Brasil, o câncer de mama é o segundo tipo que mais acomete brasileiras,
representando em torno de 20,9% de todos os cânceres que afetam o sexo feminino
ou 29,7%, excetuando-se o câncer de pele não melanoma. Foram 66 mil mulheres
diagnosticadas com o tumor em 2020 e cerca de 14 mil brasileiras vão a óbito todos os
anos por essa causa (INCA).
Uma peculiaridade no Brasil é que o percentual de pacientes jovens com câncer de
mama é maior quando comparado a países como Estados Unidos, que sabidamente
apresentam maiores incidências e prevalência de câncer de mama. Estima-se que 39%
de todos os casos de câncer de mama ocorram em mulheres jovens com menos de 50
anos, com diferenças acentuadas em relação à manifestação da doença em outras
idades. Nessa população, as características prognósticas são mais difícies e com
cânceres mais agressivos, apresentando maiores taxas de mortalidade quando
comparadas com mulheres em idades mais avançadas. Além disso, o impacto do
diagnóstico é ainda mais acentuado, porque a mulher jovem enfrenta questões
específicas da idade, como maternidade e carreira, que aumentam a carga humanística
da doença.
O diagnóstico precoce ainda não é a realidade no sistema público de saúde: mais que
35% dos diagnósticos, são realizados em estágio avançado, ou seja, quando o câncer
avança e passa a atingir outros órgãos do corpo.
Como agravante, o impacto da COVID19 foi imenso e trouxe consequências diretas
para o diagnóstico e o tratamento oncológico no Brasil. Um levantamento realizado
pela Fundação do Câncer, com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), revela
queda de 84% no número de mamografias feitas no Brasil durante o pico da pandemia
do novo coronavírus, em comparação ao mesmo período do ano passado. Tais
reduções tendem a aumentar ainda mais esses percentuais de casos avançados, que já
são bastante altos mesmo na era pré pandemia e medidas de fácil implementação e
alto impacto para mitigar essas consequências precisam ser urgentemente adotadas.
Assim, nunca se falou tanto em direito à saúde como atualmente. Inequidades entre os
Sistemas de Saúde Público e o de Saúde Suplementar e entre o próprio SUS são
observadas. Se a paciente tem câncer de mama já em estado avançado e faz parte dos
25% da população que têm plano de saúde, ela tem acesso aos tratamentos mais
modernos, capazes de prolongar de forma importante o tempo que ela vai ficar viva,
com qualidade de vida.
Já no SUS, há quase 20 anos, essa mesma paciente encontra uma realidade em que
não há atualização de novas tecnologias para câncer metastático do tipo mais comum,
o RH+ e HER2-, que representa 7 em cada 10 casos. Por outro lado, se a paciente tem o
tipo de câncer de mama que representa 20% dos casos, o chamado HER2+, no próprio
SUS ela já tem acesso às principais inovações de tratamento.
O que isso significa? Que se não agirmos agora estaremos perdendo a oportunidade de
mudarmos esse cenário prospectado, reduzindo a esperança por mais vida das
pacientes com câncer de mama avançado, que, segundo as previsões dos especialistas,
crescerão em número em curto espaço de tempo.
Acreditamos na importância de falar dessa causa durante todo o ano, mas
especialmente agora, quando está acontecendo a oportunidade de podermos
interferir positivamente no futuro dessas pacientes, e de nos engajarmos como
cidadãos.
Acreditamos em estender a cobertura do SUS para que as pacientes de câncer de
mama luminal avançado, tanto em pré como em pós menopausa, tenham acesso às
inovações tecnológicas, que as façam viver mais e com mais qualidade.
Por isso, a oportunidade é agora! Nesse momento, a CONITEC abriu Consulta Pública
nº 77 /21, que permite que a sociedade civil contribua na tomada de decisão sobre a
incorporação da classe dos inibidores CDK 4/6, representados pelas moléculas
abemaciclibe, palbociclibe e succinato de ribociclibe para o tratamento de pacientes
adultas com câncer de mama avançado ou metastático com RH+ e HER2-.
A Consulta Pública fica aberta à manifestação de todos os cidadãos brasileiros entre os
dias 10/09/2021 ao dia 29/09/2021, período esse onde cada contribuição importa para
revertermos a recomendação inicial da CONITEC que foi desfavorável à incorporação.
Essa classe de medicamentos mais do que dobra o tempo de vida da paciente do SUS,
e, para as pacientes que já tem que conviver com essa doença, cada minuta de vida a
mais importa. E diante de tudo isso, é importante termos acesso a tratamentos que
atendam todo esse universo de mulheres jovens pré menopausadas, assim também
como as pós menopausadas.
Se você também acredita nessa causa, sua atenção, a sua assinatura e manifestação
pode mudar tudo!
Assine este manifesto e faça também sua contribuição no site:
http://conitec.gov.br/index.php/consultas-publicas , DISCORDANDO da recomendação
preliminar da CONITEC, que foi desfavorável à incorporação dessa classe tão inovadora
de medicamentos.
Apoie a defesa de incorporação. #Elaprecisa #câncerdemama #câncer #manifesto #advocacy
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