Ato Solene celebra Dia Mundial da Saúde e reforça a importância do SUS na imunização coletiva
- Mayara Figueiredo Viana
- 10 de abr.
- 5 min de leitura

Em evento realizado nesta quarta-feira (09/04), na Câmara dos Deputados, a deputada Enfermeira Ana Paula (PODE/CE) promoveu um ato solene, em parceria com a Colabore com o Futuro, em homenagem ao Dia Mundial da Saúde.
O evento celebrou o Dia Mundial da Saúde com foco no papel das vacinas na proteção coletiva e no fortalecimento dos sistemas de saúde. Buscou destacar avanços, desafios e oportunidades na área da imunização e engajar setores públicos, sociedade civil e organismos internacionais no fortalecimento do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Durante a abertura, a deputada destacou a importância do Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, e enfatizou o papel crucial dos enfermeiros e técnicos de enfermagem na vacinação da população brasileira. Ela ressaltou que esses profissionais são responsáveis por receber, acondicionar e aplicar vacinas, e pediu reflexão sobre a importância da vacinação, especialmente em um contexto de desinformação e fake news.
A parlamentar também mencionou a necessidade de combater informações incorretas e aumentar os índices de vacinação, lembrando que as vacinas são fruto de ciência e tecnologia. Ela concluiu reafirmando o compromisso com a promoção da vacinação e a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), destacando que a vacina é um patrimônio do povo brasileiro que salva vidas.
A deputada Enfermeira Rejane Almeida (PCdoB/RJ) destacou a importância da atuação política da enfermagem e o papel central da categoria na imunização. Defendeu a vacina como forma eficaz de prevenção e criticou a desinformação sobre seus riscos. Reforçou a necessidade de ampliar a produção nacional de vacinas e colocou seu mandato à disposição para apoiar campanhas de vacinação e políticas públicas de saúde.
🏛️ Falas e Contribuições
O Coordenador-Geral de Farmácia e Vigilância do Programa Nacional de Imunizações, Jadher Pércio, compartilhou informações sobre a história e os avanços do programa, que foi criado em 1973 e oficializado em 1975. Inicialmente, o calendário vacinal incluía apenas 4 vacinas para 6 doenças infantis, mas ao longo dos anos, novas vacinas foram incorporadas, abrangendo todas as faixas etárias. Em 2024, o programa ofereceu mais de 51 vacinas gratuitamente pelo SUS, com mais de 350 milhões de doses distribuídas em todo o Brasil.

Pércio destacou a importância das vacinas na redução da mortalidade infantil e no aumento da expectativa de vida, mas também mencionou a preocupação com a queda nas taxas de vacinação, especialmente durante a pandemia de COVID-19. De acordo com ele, a desinformação e a hesitação vacinal foram identificadas como grandes ameaças à saúde pública, com uma redução na confiança da população em relação à segurança e eficácia das vacinas.
Ele também destacou que o Ministério da Saúde está implementando diversas estratégias para aumentar as coberturas vacinais, incluindo campanhas de vacinação em escolas e um projeto de comunicação para desmascarar desinformações. Em 2023, o Brasil conseguiu sair do ranking de países com maior número de crianças não vacinadas, evidenciando os esforços para melhorar a situação vacinal no país. Por fim, ressaltou que a vacinação é vista como uma responsabilidade coletiva, envolvendo não apenas o governo, mas toda a sociedade.
A coordenadora de imunização da Organização Panamericana de Saúde, Lely Guzmán, destacou a importância do Dia Mundial da Saúde como um momento para fortalecer a saúde da mulher e da criança, enfatizando o papel da vacinação. Ela afirmou que é possível eliminar a mortalidade materna e que a saúde da mulher é essencial para o bem-estar familiar.

Lely também mencionou a necessidade de comunicação eficaz com a população e a importância de alcançar os objetivos de saúde estabelecidos em 2015, que ainda não foram totalmente cumpridos. Ela elogiou o impacto positivo da vacinação no Brasil, citando a figura do Zé Gotinha como símbolo desse progresso. Além disso, ressaltou a importância de fortalecer a vigilância epidemiológica e a comunicação para enfrentar desafios como a COVID-19. Por fim, ela convidou todos a participar da Semana Mundial de Vacinação, que começará em 26 de abril, e destacou a colaboração com a sociedade civil e científica para melhorar a saúde no Brasil.
Dr. Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) destacou a importância das vacinas como estratégia de saúde pública, enfatizando que os investimentos em imunização geram economia ao evitar doenças e hospitalizações. Apontou que o envelhecimento da população e a queda na natalidade exigem atualização constante do Programa Nacional de Imunizações (PNI), com vacinas mais modernas e eficazes.

Ele ressaltou avanços na vacinação, como a recuperação das coberturas vacinais desde 2008, e defendeu a incorporação de vacinas com maior valência, como as pneumocócicas e a nova versão da vacina contra HPV. Mencionou também a introdução da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), especialmente para proteger recém-nascidos e prematuros.
Dr. Renato alertou para desafios no acesso às vacinas, como a ausência de doses e a falta de campanhas eficientes, especialmente nas escolas. Destacou ainda a necessidade de facilitar a vacinação, sugerindo medidas como abstenção do trabalho e gratuidade no transporte público no dia da vacinação. Finalizou reforçando que as vacinas salvam vidas e devem ser vistas como prioridade estratégica para o futuro do país.
A chefe do Departamento de Gestão e Exercício Profissional do Conselho Federal de Enfermagem, Dra. Tatiana Guimarães, apresentou os resultados da Operação Sala de Vacina, realizada em fevereiro em todo o país para avaliar a estrutura e a atuação dos profissionais de enfermagem nas salas de vacinação. Foram visitadas 4.177 salas em 394 municípios, com a participação de mais de 5.700 profissionais.

A ação identificou problemas como ausência de protocolos, infraestrutura inadequada, falta de imunobiológicos em 52% das salas e ausência de responsável técnico em 33% delas.
Ela destacou que a operação revelou fragilidades que comprometem a qualidade da vacinação, como a falta de capacitação contínua e organização dos serviços. O relatório final será enviado à Anvisa e ao Ministério da Saúde. A principal conclusão é que é urgente investir em infraestrutura, fortalecer o papel do enfermeiro e garantir a adoção de protocolos padronizados para melhorar a cobertura vacinal no Brasil.
Mariana Mesquita, representante da Gerência de Imunização e Rede de Frio SES/DF, destacou que a vacinação é essencial para eliminar doenças, reduzir o uso de antibióticos e melhorar a saúde e a qualidade de vida da população.

Reforçou a importância da cobertura vacinal ampla e homogênea para garantir a proteção coletiva. Alertou sobre o risco do retorno de doenças graves e defendeu que os sucessos do passado devem ser mantidos por meio da Agenda de Imunização 2030.
Ligiane Seles dos Santos, Especialista em Imunização e membro do Comitê farmacovigilância de imunização do Distrito Federal, destacou que a vacinação é uma das maiores conquistas da saúde pública, ficando atrás apenas da água potável. Abordou a hesitação vacinal, causada por desconfiança, desinformação e crenças equivocadas, como o medo de efeitos adversos ou a ideia de que a imunidade natural é melhor que a vacinal.

Ela explicou que muitos rejeitam vacinas por influência de emoções, fake news e falta de percepção do risco das doenças. Mencionou episódios como o caso do HPV no Acre e o falso estudo que ligava a vacina ao autismo.
Para combater a hesitação, defendeu os 5S: confiança, complacência, conveniência, comunicação e contexto social. Concluiu que a confiança no profissional de saúde é essencial, e que é preciso informar com clareza e acolher as dúvidas das famílias.
Assista abaixo a reportagem sobre o evento
Veja aqui o vídeo com o resumo do evento
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